quarta-feira, 1 de junho de 2011

Competição social leva à indiferença

“(...) Por mais estranho que isso possa parecer à primeira vista, o abismo entre essa camada social, cuja situação econômica nada tem de brilhante, e o trabalhador manual, é frequentemente mais profundo do que se pensa. A razão dessa quase inimizade jaz no receio que tem um grupo social que, apenas há pouco tempo, elevou-se acima o nível do proletariado, de descer à antiga e pouco prezada posição ou de, pelo menos, ser visto como pertencente a essa classe. A isso se acrescente, entre muitos, a desagradável lembrança da ignorância dessa baixa classe, a constante brutalidade nas suas relações uns com os outros e compreeder-se-á porque a pequena burguesia, em uma posição social ainda inferior, considera todo contato com essas ínfimas camadas sociais como um fardo insuportável.
Isso explica porque é mais frequente a uma pessoa altamente colocada, do que a um parvenu*, nivelar-se, sem afetação, com os mais humildes. O parvenu é o que, por sua própria força de vontade, passa, na luta pela vida, de uma posição social a outra elevada. Essa luta, a mais das vezes àsperas, mata a compaixão no coração humano e estanca a simpatia pelos sofrimentos dos que ficam atrás.
Sob esse aspecto, a sorte foi comigo compassiva.
Enquanto me compelia a voltar para esse mundo de pobreza e de incertezas, que no decurso de sua vida, meu pai já havia abandonado, punha, ao mesmo tempo, diante dos meus olhos, com todos os seus aspectos repugnantes, a educação estreita dos pequenos burgueses. Só então aprendi a conhecer os homens, aprendi a fazer a diferença entre ocas aparências, exteriorizações brutais e a essência íntima das coisas”


pág. 23 e 24 do livro Mein Kampf, Editora Centauro.
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* É uma expressão francesa para denominar o trabalhador que recem chegou da pobreza ao que hoje se classifica classe média.

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