terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Prestação de contas de Hitler ao Reichstag De Berlim, no dia 6 de outubro de 1939, segundo a D.N.B.


  “Deputados do Reichstag”, informei-vos em 1º de setembro das decisões que tive de tomar por causa da atitude provocadora do Estado polaco. Passaram já cinco semanas. Quero prestar-vos contas e, tanto quanto possível, lançar os olhos para o futuro. O povo alemão celebra uma vitória única no seu gênero. O inimigo foi repelido ou destruído. As decisões alemãs deram ao nosso exército toda a iniciativa da ofensiva. O fato dos polacos terem se aguentado em Varsóvia e Modin deve-se não ás suas capacidades, mas ao nosso exército, ao qual proibi sacrificar mais homens do que o necessário. A tentativa de convencer o comando de Varsóvia da louca inutilidade da resistência gorou-se. Após quinze dias de luta, a maior parte do exército polaco foi destruída. É uma façanha na história militar do mundo. O fato de que as tropas polacas se aguentarem até o 1º do corrente, deve-se, como já disse, à nossa magnanimidade.
            Teríamos podido esmagar a resistência de Varsóvia muito antes, em dois ou três dias, se o tivéssemos querido. Foi por piedade que propus a evacuação da população da capital polaca. Mas o comando polaco, demasiado orgulhoso, não se dignou a responder. Dei então ordem para se bombardearem apenas os objetivos militares. O marechal que fugiu animou os civis à resistência.
            Sabendo que as tropas regulares não podiam resistir aos ataques alemães, os chefes militares polacos transformaram a cidade numa fortaleza e levantaram barricadas, excitando toda a população civil à luta. Quis poupar, pelo menos, mulheres
e crianças e propus a saída da população civil. Ordenei uma suspensão das hostilidades, mas todos ficamos, outra vez, em vão á espera de um parlamentário polaco, da mesma maneira que, antes de rebentar a guerra, tínhamos esperado um
enviado plenipotenciário. Propus depois, concentrar toda a população civil num bairro da cidade, que ficara livre do nosso bombardeamento. Foram os subúrbios de Praga que destinei para esse fim. Mandei prorrogar os respectivos prazos e dei ordens à aviação de bombardeamento e à artilharia pesada para combaterem exclusivamente com fins militares. Os polacos responderam a estas propostas com desprezo. Mais de uma vez me esforcei para que fosse evacuada, pelo menos, a colônia internacional, o que, finalmente, consegui. No dia 25 de setembro ordenei, então, o ataque que começou no mesmo dia e levou rapidamente à capitulação. 120.000 homens não ousaram fazer uma sortida e preferiram depor as armas. Por isso, o caso de Varsóvia não pode pôr-se em paralelo com o caso de Alcazar. No Alcazar, um número insignificante de heróis defendeu-se durante semanas. Aqui se entregaram de uma maneira irresponsável uma grande cidade á destruição, para logo capitularem. O
soldado polaco defendeu-se valentemente, mas sua chefia suprema era falha de escrúpulos. O mesmo direi da península de Hela. Faço estas afirmações para EVITAR QUE SE CRIEM LENDAS E HISTÓRIAS. Se houver lugar para lendas na história
desta guerra, só poderá tratar-se da lenda do heroísmo do soldado alemão.
            Se em cinco semanas se destrói um Estado de 35.000.000 de habitantes, isto não significa que se trate duma questão de sorte. Prova a capacidade do comando e a capacidade do sacrifício e bravura de nossas tropas, e a sua coragem exemplar.
Sentimo-nos todos em segurança com a força de nosso Exército”.
            O sangue vertido em comum soldará ainda mais apertadamente os diversos elementos do povo alemão, que tiveram o seu quinhão nos combates. As nossas tropas não só foram capazes de atacar, mais ainda de aguentar”. Descreve os muitos
combates corpo-a-corpo das divisões alemães do Vístula com as tropas polacas, que combatiam, desesperadamente, numa frente de mais de trinta quilômetros. Pede à assembléia que escute de pé a leitura que vai fazer das baixas alemãs até o dia 3 de outubro de 1939. Hitler lê:
            “10.572 mortos, 30.322 feridos e 3.404 desaparecidos”. (Menos que UM DIA normal da Primeira Guerra Mundial. Na verdade, até o colapso da França, as perdas de todos os lados não chegarão a UMA SEMANA de combates da Primeira Guerra).
            Nota que na campanha da Polônia participaram muitos ex-combatentes condecorados da guerra de 1914/18. “O resultado é a destruição completa do exército polaco. 644.000 prisioneiros tomaram o caminho da Alemanha”. Fala do desabamento histórico de um Estado que nascera nos Salões. Afirma que Versalhes, sem fazer nenhum caso das evoluções milenares, construiu um Estado que devia ser o princípio e o fermento de novos conflitos. Declara que Lloyd George previu a inviabilidade de semelhante Estado.
            Fala dos métodos empregados pelo governo polaco relativamente às minorias, depois de afirmar que à Polônia regiões em que a minoria polaca era ínfima. “E nós, homens de Estado, demos a este Estado o nome de Democracia!... O regime polaco nunca teve por detrás dele mais de quinze por cento da população do país. O Vístula, este rio que a Polônia dizia capital para ela, estava abandonado. Os rios estão em estado de açoreamento e encontram-se incapacitados para a navegação. Quem viajou na Polônia uma, duas ou três semanas, sabe o que significa a expressão Poelnische Wirtschaft (método de trabalho polaco).”
            “Esforcei-me por chegar a um apaziguamento, tendo em consideração os tratados. Mas nada consegui. Já em 1922, quase um milhão de alemães teve de deixar os seus lares nas regiões submetidas ao domínio polaco, perderam suas situações de trabalho, as suas casas e os seus haveres, levando apenas o que tinham sobre o corpo. Vimos esta miséria durante anos e anos, sempre com a intenção de melhorar a sorte de nossos irmãos. Mas tomaram a nossa moderação como indício de fraqueza. As propostas de 1939 foram objeto de conversações com o ministro Beck”.
            “Os polacos, porém, estavam muito longe de consentir num acordo. Alimentavam a intenção de atacar o território do Reich. Em discursos exigiam, além da Prússia Oriental, a Pomerânia e a Silésia, considerando o rio Elba como fronteira
natural entre Alemanha e Polônia, baseando nestas exigências a missão civilizadora dos polacos e confiando na força do exército polaco e na covardia do soldado alemão. A grande Alemanha foi alvo de ofensas que nenhum grande Estado poderia tolerar por muito tempo. Esta guerra demonstrou bem os intuitos selvagens dos polacos. Em muitas localidades das regiões de população alemã não havia um único homem. As mulheres e as crianças eram torturadas. Durante os quatro anos da Grande Guerra não vimos selvageria igual a esta que os polacos demonstraram nesta curta campanha!”
            Se os ingleses tivessem sofrido quanto mais não fosse um por cento desses maus tratos, desejaria vê-los exprimir o seu desprezo por esses horrores... Então, estou certo disso, não falariam do seu desprezo pela nossa aliança com a Rússia. Julgou-se que a nossa longanimidade era fraqueza, tivemos que responder com as mesmas armas. Dar uma garantia a semelhante Estado e a tal governo não poderia deixar de levar á catástrofe. Protegida com a garantia, a Polônia recusou todas as nossas propostas e passou à ofensiva sobre o nosso território. Mas em algumas semanas liquidou-se o destino desse Estado. O Estado polaco, com efeito, desapareceu, como uma das mais insensatas construções de Versalhes.”
            Abordando o problema das relações germano-soviéticas:
            “Desde que os dois regimes se respeitem mutuamente, todo o motivo de inimizade desaparece (Aplausos). A Grande Guerra que pôs os dois países frente a frente, foi uma grande infelicidade. Serviu somente o interesse dos capitalistas que
tratam agora de perfídia a aproximação germano-soviética. Quando os polacos tentaram subjugar Danzig, procurei encontrar um meio termo. Quem diz que eu enviei um ultimato á Polônia, relativamente a Danzig, mente. As minhas propostas eram
apenas a repetição das sugestões que eu examinara com o coronel Beck. A recusa dos polacos teve por motivo a vontade belicosa dos polacos que pensaram mesmo na anexação da Prússia Oriental. Os chauvins polacos não quiseram resolver a questão de Danzig, pois servia-lhes de programa contra a Alemanha”. Faz troça da “missão civilizadora da Polônia” e zanga-se bastante quando fala das campanhas anti-nazis dos polacos analfabetos.
            “O homem que devia conduzir o exército a Berlim está agora tranqüilamente  refugiado na Romênia.
            Declarei, já, que o pacto germano-soviético marcava uma fase decisiva na política estrangeira alemã. Os dois países no futuro marcham juntos pelo caminho da paz. A Rússia e a Alemanha contribuirão, cada uma na sua própria casa, para garantir a prosperidade das suas próprias populações.”.
            O Führer discute a seguir a conhecida acusação feita à Alemanha de querer dominar o mundo... e diz:
            “Aqueles que dominam em 40.000.000 de quilômetros quadrados (refere-se ao Império Britânico) pretendem que a Alemanha de 800.000 quilômetros quadrados quer exercer hegemonia... Os dois Estados, Rússia e Alemanha, estão agora decididos a pôs de parte tudo quanto possa por em causa as suas relações recíprocas”.
            O Chanceler indica que, presentemente, a tarefa essencial a liquidar com a Polônia consiste em fazer a colonização de nacionalidades, para que, subseqüentemente, nasçam melhores fronteiras.
            O Führer define as finalidades alemãs quanto à Polônia da seguinte maneira:
            1º. Estabelecimento de uma fronteira do Reich conforme os dados históricos;
            2º. Pacificação do conjunto do território;
            3º: Garantia absoluta de segurança, não só do território do Reich, mas do conjunto de zonas de interesse;
            4º: Arranjo do aspecto econômico, cultural, etc.;
            5º: Renovação das estruturas etnográficas, isto é, restituição territorial de tal forma que a retrocessão compreenda linhas de fronteira melhores que as atuais”.
            “O Reich e os Soviets acordaram em se apoiar completamente e jamais permitirão que o Estado polaco se torne um ponto de discórdia entre os dois países. A nova ordem das coisas a estabelecer deve nascer da determinação das camadas étnicas. A sudeste, o princípio das nacionalidades, sobretudo, deve ser respeitado”;
            “Não se assimila um povo que tem um alto grau de civilização. A maior parte dos estadistas de Versalhes não tinha a menor noção de História. A revisão está prevista no Tratado de Versalhes, mas gorou-se na prática, quando é certo que a Sociedade das Nações perdeu toda a justificação de sua existência. Com efeito, a Sociedade das Nações converteu-se no centro dos que continuavam interessados na conservação da paz de Versalhes”. Em tom irônico Hitler acrescenta:
            “Se hoje se considera ainda como governo um grupo de três pessoas que possuem ainda bastante dinheiro para serem independentes nas democracias que as albergam, pode também considerar-se que a Sociedade das Nações ainda existe,
mesmo quando já não se componha senão de dois Estados (Risos). Dei ao povo alemão a minha palavra de que suprimiria Versalhes e voltaria a restituir-lhe o seu direito vital natural: é  esta a razão por que, se um estadista me acusa de faltar á
palavra, eu me insurjo”.
            Compara a modéstia das pretensões territoriais alemãs com as proporções territoriais do Império Britânico e diz:
            “40.000.000 DE INGLESES DOMINAM 40.000.000 DE QUILÔMETROS QUADRADOS. É JUSTO QUE 82.000.000 DE ALEMÃES TENHAM APENAS 800.000 QUILÔMETROS QUADRADOS? É INJUSTO QUE RECLAMEM AS SUAS COLÔNIAS? É verdade que eu me recusei a apresentar  os direitos alemães em tom de prece perante o Consórcio Internacional (Aplausos)”.
            “ Mas sempre procurei ser preciso nas negociações”. Afirma que a revisão de Versalhes feita por ele é extremamente modesta. “Uma questão há que Versalhes não pôde resolver: os povos continuaram a subsistir mesmo depois do desaparecimento dos respectivos Estados em conseqüência do Tratado de 1919”. Declara que não teve outra finalidade senão garantir condições de existência suportáveis ao povo alemão. “E nenhum país do mundo, foi maior que na Alemanha a sede de paz. Talvez para alguns tenha sido dolorosa a destruição do Tratado de Versalhes, mas fez-se sem efusão de sangue e isso é uma felicidade para a Humanidade. A revisão dos tratados poderia ter-se feito sempre pacificamente”.
            “A mais importante reivindicação alemã é a devolução das colônias. Esta reivindicação não é um ultimatum e não será imposta pela força”.
            A seguir, Hitler expõe os princípios da política externa alemã:
            “1º -  A Alemanha conclui pactos de não-agressão com os países bálticos.
            2º - No passado nunca houve razões de conflito entre a Alemanha e os Estados nórdicos. Por isso a Alemanha propôs a conclusão de pactos de não-agressão à Noruega e à Suécia.
            3º - A Dinamarca concluiu um pacto de não-agressão com a Alemanha.
            4º - Ligam-nos à Holanda laços de velha amizade.
            5º - Desde minha subida ao poder, tentei entrar em relações amistosas com a Bélgica.
            6º - As nossas relações com a Suíça são regidas por um espírito de reciprocidade amigável.
            7º - Comuniquei à Iugoslávia que a Alemanha considera as fronteiras daquele Estado como definitivamente traçadas.
            8º - Ligam-nos à Hungria, desde há séculos, as mais cordiais relações. Também estas fronteiras são definitivas.
            9º - A Eslováquia colocou-se, POR SUA LIVRE VONTADE, sob a proteção do Reich.
            Quanto às relações com as grandes potências:
            “Reconhecemos, de comum acordo com o Duce, como definitivas as fronteiras existentes. O adversário da Grande Guerra tornou-se amigo cordial. Não chegamos apenas ao estabelecimento de relações normais, mas encontramos as bases de uma colaboração extraordinariamente amistosa, por meio da conclusão de um pacto”.
            “No que diz respeito à França, as nossas relações com ela estão claramente definidas.  Exigimos unicamente a restituição do território do Saar que, depois do plebiscito ali efetuado, voltou a pertencer ao Reich. Com a solução desse caso não existem mais reclamações da nossa parte. Recusei-me a tocar mais no assunto da Alsácia-Lorena, porque não representa um problema que possa separar a Alemanha da França. Recusei-me a entrar numa guerra sangrenta cujo resultado poderia não
corresponder às eventuais vantagens. Nenhum homem de Estado da França pode dizer que eu tenha apresentado uma única reivindicação que não esteja de acordo com a honra e os interesses do Estado francês. Melhor: animou-me sempre o desejo de
estabelecer relações de justiça e amizade com a França. Esforcei-me por extirpar do povo alemão todo o sentimento de hostilidade para com a França e por desenvolver no meu povo o sentimento de respeito pelos franceses”.
            “O mesmo se pode dizer de nossas relações com a Inglaterra. Em parte alguma prejudicamos os interesses ingleses, mas, infelizmente, a Inglaterra, pelo seu lado, tem achado sempre bem IMISCUIR-SE EM NOSSOS ASSUNTOS. Os homens de Estado britânicos nunca ocultaram seu desejo de agredir e combater a Alemanha na primeira ocasião. Os motivos alegados para as suas intenções agressivas não passam de afirmações ridículas. Eu estou convencido de que o entendimento mútuo entre a Inglaterra e a Alemanha só pode ser proveitoso para todos os povos do mundo. Se este caminho não conduzir ao resultado desejado, a culpa não pode ser nossa”.
            “Lendo a imprensa estrangeira, acho necessário falar em nome daqueles que representam as VÍTIMAS DA IMPRENSA. Em nome da democracia, anunciam-se grandes coisas com títulos espalhafatosos. A realidade é outra. A realização do conteúdo dos numerosos artigos jornalísticos não nos afeta. Um exemplo: escreveram que os destacamentos motorizados da Alemanha são de pouco valor; agora, depois da destruição da Polônia, dizem que foram exatamente as forças motorizadas da
Alemanha que causaram a ruína da Polônia; afirmaram que a infantaria alemã não presta para nada e que isto representa um sintoma muito especial para o êxito da guerra na frente ocidental. Dizem isto ao soldado francês, mas o soldado francês talvez
tenha, algum dia, muito prazer em puxar as orelhas a esses profetas. Infelizmente não lhes será possível isso, porque TAL GENTE NÃO COSTUMA ENCONTRAR-SE NO CAMPO DE BATALHA. Não sabem o que são 15 dias de fogo cerrado, não
fazem idéia alguma das coisas militares e, por isso, acho que é meu dever fazer ouvir a minha voz”.
            “PORQUE TEM DE CONTINUAR ESTA GUERRA? QUAL É A RAZÃO DE CONTINUAR ESTA GUERRA? A Polônia do Tratado de Versalhes não mais ressuscitará. Para isto existe a garantia germano-soviética”.
            Hitler desenvolve ainda mais suas considerações. Pergunta se a guerra se destina a destruir o regime nacional-socialista, mas mesmo que isso acontecesse depois de três, seis ou oito anos de guerra, ter-se-ia afinal um novo Versalhes, fonte de novos
conflitos.
           “Se a opinião de Churchill vier a triunfar, então batalharemos. Nem a força armada, nem o tempo vencerão a Alemanha!”.
            “A organização do espaço oriental é um problema que será resolvido pela Rússia e pela Alemanha. A competência das democracias ocidentais para o restabelecimento de uma situação normal foi desmentida pelos acontecimentos dos últimos tempos. Temos o exemplo bem evidente da Palestina, que nos mostra que AS DEMOCRACIAS FARIAM MELHOR EM NÃO SE IMISCUIR EM ASSUNTOS QUE ESTÃO NA ESFERA DE INTERESSE DE OUTROS POVOS”.
            “DEVERIA FAZER-SE UM ACORDO QUE SE BASEASSE NO DESARMAMENTO E NA ELIMINAÇÃO DAS ARMAS MAIORMENTE AGRESSIVAS, INCLUSIVE SUBMARINOS E BOMBARDEIROS, PARA ASSIM TORNAR IMPOSSÍVEL FAZER A GUERRA CONTRA CRIANÇAS, MULHERES E VELHOS. ESSE ACORDO DEVERIA PERMITIR DISCUSSÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS, A DEVOLUÇÃO DAS COLÔNIAS ALEMÃS E UMA CONFERÊNCIA INTERNACIONAL, QUE SERIA PRECISO PREPARAR MINUCIOSAMENTE!”
            “A realização destes desejos dentro de uma colaboração geral de todas as nações seria necessária. Caso não se chegue a esta conferência de paz, a guerra na frente ocidental continuará sob a forma da destruição sistemática de muitas cidades. Entre outras, os franceses destruirão Saarbrücken, a Alemanha responderá com a destruição de Mulhouse; do lado alemão seguir-se-ia Karlsruhe e do francês Strasburgo.”
            “O fim seria um caos completo. O exemplo da Polônia devia ter mostrado que seria melhor pensar na possibilidade de uma paz. O duelo dos canhões não se limitará ao continente, porque alcançará também o mar. Hoje já não existem mais ilhas.
Populações inteiras derramarão o seu sangue nos campos de batalha, e, algum dia, haverá de novo uma fronteira entre a Alemanha e a França, só que com a diferença de ser demarcada pelas enormes crateras de granadas e pelos campos de minas. Que ninguém tome minhas palavras como indício de fraqueza. Seria engano. Uma Alemanha, como a de novembro de 1918, não voltará. Talvez o Sr. Churchill esteja convencido de que a Grã-Bretanha vencerá.”
            “Eu, por minha parte, não tenho a menor dúvida de que a vitória será nossa. A sorte há de decidir quem é que tem razão. ATÉ AGORA, NUNCA HOUVE, AO MESMO TEMPO, DOIS VENCEDORES, MAS SIM DOIS VENCIDOS, COMO
ACONTECEU NA ÚLTIMA GUERRA MUNDIAL!”
            Hitler enumerou, em seguida, as metas da Alemanha:
            1º- Liquidação adequada das fronteiras alemãs, de acordo com as condições étnicas e sociais;
            2º- As várias raças sob a soberania da Alemanha e as do Sudeste Europeu devem ser arrumadas;
            3º- Tentativas para a liquidação do problema judaico;
            4º- Restabelecimento das relações comerciais com todos os países;
            5º- Criação de um Estado polaco;
            “Evidentemente a preparação de semelhante acordo não pode fazer-se ao som dos canhões e sob a pressão dos exércitos mobilizados. Não voltarei a fazer novas propostas. Será bom que se convoque a conferência antes de terem morrido milhões de homens. Não pode continuar a situação na frente ocidental. Não creio que haja estadista algum que não deseje a paz. Se se faz esta guerra para instaurar outro e novo regime na Alemanha, o resultado será, evidentemente, fazerem-se enormes sacrifícios de parte a parte, e o III Reich ressurgirá mais uma vez. Creio que pode haver ainda paz entre a Alemanha e a Inglaterra, se os dois povos chegarem a um acordo. A ser impossível o entendimento pacífico, então a força decidirá.
            Como Führer do povo alemão e Chanceler do Reich, só posso agradecer neste momento a Deus, que na primeira parte desta guerra nos concedeu a vitória, e fazer votos para que, em breve, possamos gozar, outra vez, a felicidade da paz!”

Nenhum comentário: